Há muitos e longos anos, em S. Miguel de Vilarinho, linda terra encantada pelos mouros que por ali passaram e das mouras que escondiam seus tesouros e no escuro dançavam, diziam os mais antigos, que as estrelas espreitando por entre eucaliptos e pinheiros.
Assim iluminavam
Os caminhos por onde as mouras bailavam
E nos passos e compassos
Atropelando-se uns aos outros,
Pelos caminhos e trocando os passos
Na noite escura procuravam um espaço
Mas só encontravam fracasso!
E nos passos e compassos
Seguem seus passos,
Em volta desse jardim
Chamado Vilarinho
Sem revolta e com carinho,
Pensando qual será o seu fim?
E na escuridão da noite,
Quando os Homens se uniam
Num jogo de cartas renhido
Entre partidas de ganho e perdas
O sonho foi surgindo.
Surgindo nas noites desses murmúrios
Deslizando em sonho lento
Trazendo calmo o amor desse sonho
Em fingido tempo,
Nas asas errantes do pensamento.
E o sonho nasce com grande luta e de mansinho
Formando a Cooperativa Eléctrica de Vilarinho!
Homens honestos, trabalhadores e de forte personalidade.
Movidos por coragem e muito esforço deram ao sonho, uma realidade!
1939, num só gesto se traduz
Essa obra tão perfeita
Disse Deus faça-se luz
E de pronto a luz foi feita.
Nada mais há a dizer
Meditem e sintam
Sintam forte e penetrante
A vibração que nos envolve
E que se dissolve
Na divina intensidade deste instante.
Foram eles: o Padre José Monteiro de Barros, Manuel Augusto Alves Monteiro, Manuel Ventura Teixeira, Aníbal de Almeida Dias, D. Elisa Monteiro Leitão, Francisco de Sousa Pinto, D. Justina Aurora Barbosa de Sousa, José Alves de Abreu, Armindo da Costa Ribeiro, Tomás Alves de Abreu Ferreira, Arnaldo da Costa Abreu e José da Costa. A luz que iluminou para sempre Vilarinho, em 15/07/1939, os ilumine e lhes dê paz na eternidade.
Hoje no século XXI, e no dia 15/07/2001, foi reconhecido o esforço, a tenacidade e o carinho para que a luz brilhasse para sempre na Freguesia de S. Miguel de Vilarinho.
» Maria José Dias - nora do Professor Aníbal de Almeida Dias